sábado, 21 de março de 2009

Mais Passeio Marítimo de Oeiras

Inauguração abre pré-campanha eleitoral das autárquicas







Isaltino de Morais, Presidente da Câmara Municipal de Oeiras, visivelmente satisfeito, inaugurou hoje, dia 21 de Março de 2009, a 2ª Fase do passeio marítimo.

O autarca oeirense, transmontano de quatro costados, referiu, no acto da inauguração, que não houve atraso na conclusão da obra nem derrapagem orçamental.






O facto nem merecia ser notícia se os cidadãos, como noutros países, estivessem habituados a que os poderes públicos fossem rigorosos no controle dos prazos e nos orçamentos contratados.

Banho de multidão em maré cheia de popularidade.

Um popular, preto, agitando um cachecol do Sporting, ainda gritou vivas ao autarca mas não foi acompanhado. A solenidade do acto não se coadunava com manifestações comicieiras.





Mas o eleitorado do Presidente da Câmara, interclassista - dos mais pobres dos bairros sociais aos ricos das luxuosas vivendas - está rendido à Isaltinice!













Até hoje o passeio marítimo de Oeiras, vulgo paredão, numa extensão de 2 400 metros, começava na Praia da Torre e terminava na de Santo Amaro de Oeiras, junto ao Restaurante Saisa.







O prolongamento agora inaugurado tem uma extensão de 1450 metros.





Começa no Forte de São João das Maias ...



... E termina na praia "nova" de Paço de Arcos, outrora chamada de Praia do Inglês Morto, capitão morto pelos franceses em 1808, no ataque a um navio, e cujo corpo deu à costa nesta praia.












Praia das Fontaínhas

A praia, na realidade um pequeno espaço com areia grossa e rochas, chama-se das Fontaínhas porque nela existem nascentes de água doce, em tempos aproveitada, a julgar por um pequeno muro de tijolo erguido à volta de uma delas.




Deste promontório, na Praia das Fontaínhas, os pescadores, mesmo que não pesquem nada, sempre desfrutam de uma excelente vista sobre a Costa da Caparica e a barra do Tejo




No espaço junto às rochas está projectada a construção de uma segunda piscina oceânica em Oeiras. Temo que à semelhança da primeira, construída com os impostos dos munícipes, os preços cobrados aos utentes sejam proibitivos, mesmo para famílias de classe média.






Obra de artistas
O revestimento do muro em xisto deve ter levado meses a ser feito. Cheguei a ver os pedreiros partirem os calhaus em pequenas pedras e depois assentarem-nas com cimento, uma a uma, no muro. Este trabalho artesanal, para ficar bem feito, só pôde ter sido feito por quem tem saber técnico, experiência e uma grande dose de paciência.

A obra de arte combina bem o xisto, uma rocha usada em casas tradicionais da província, com os seixos brancos, encontrados à beira-mar.
Na fase de construção do muro achei que o xisto estava deslocado do espaço envolvente, mas agora, com o revestimento do piso em verde, gosto do conjunto.

No "Stonehenge", portas e janelas abertas para a praia vão fazer as delícias de voyeurs e fotógrafos amadores












Vista parcial do bonito mural sob o viaduto da estrada Marginal. Pensaram em protegê-lo dos “artistas” de grafitti?










Carlos Queiroz, treinador da selecção nacional de futebol, coincidência ou não, andou a correr pelo calçadão na altura em que Isaltino de Morais inaugurava o troço de prolongamento de passeio marítimo.

























Começa hoje a Primavera!

















sexta-feira, 20 de março de 2009

O Stonehenge da Praia do Inglês Morto

The Stonehenge of the Dead Englishman Beach
Megalitismo do Século XXI



Praia do Inglês Morto, assim é conhecida esta praia de Paço de Arcos, por nela ter dado à costa o corpo do jovem capitão de um navio de guerra inglês, morto pelos franceses em 1808, no ataque a um navio no porto de Lisboa.





No final do Passeio Marítimo de Oeiras foi construído um muro a fechar a Praia do Inglês Morto, ou Praia Nova de Paço de Arcos, ao nó de acesso à estrada Marginal.







Uma aberração, pensei eu, quando vi pela primeira vez o emparedado de blocos de granito!





Habituado a ver a praia sempre que lá passava de carro e sendo agora privado desse campo de visão, senti-me agredido pela barreira megalítica interposta entre a estrada e o areal.




No dia em que estive lá a tirar fotografias, uma senhora abordou-me a perguntar se eu era o arquitecto responsável pela construção da obra. Ela estava indignada, tal como eu, com a construção do muro, por fechar a praia ao exterior e tirar a vista da praia a quem chegava ou passava na estrada.




A rusticidade do material usado, enormes blocos de granito, sem serem polidos, também não se coadunava com as rochas de basalto existentes na região, nem com o ambiente urbano da praia.


Mudei de opinião sobre o Stonehenge da Praia do Inglês Morto, salvo seja, quando lá voltei a segunda vez, ainda antes da inauguração do passeio marítimo. A mudança de opinião deve-se ao feliz enquadramento proporcionado pelos dois murais entretanto pintados sob o viaduto da estrada Marginal.


Quando se sai da praia, o olhar fixa-se nesses murais, dando a ilusão de que continuamos nela e de que para lá das falsas colunas à nossa frente, avistamos, no alto mar, caravelas e monstros marinhos do nosso imaginário colectivo de descobridores de novos mundos.





Outro factor importante que contribuiu para dissipar a agressividade do muro e humanizá-lo foi a pintura do calçadão com tinta verde.



O espaço exterior, entre o muro e a estrada, embelezado com mobiliário urbano e árvores plantadas, ganhou uma nova dimensão, servindo de sala de acesso à praia.





No muro, as janelas e portas abertas, alem de servirem de elo de ligação entre a praia e o exterior, permitem a quem chega ir espreitando a praia e, como num jogo de descoberta, procurar diferentes planos de visionamento.




O Tollan de Paço de Arcos
Finalmente, em véspera de inauguração do passeio marítimo, foi retirado da zona das rochas o inestético “tollan” que há largos anos, trazido por uma cheia no Tejo, estava lá soterrado.

domingo, 15 de março de 2009

É proibido mas ...

But is prohibited ...
Praia de Santo Amaro Beach

As fotos falam por si ...
Fotos tiradas numa única tarde, durante breves momentos











Mas é sempre assim ...


Embora também haja quem não pise o risco