domingo, 19 de outubro de 2008

La Comtesse Aux Pieds Nus



The Barefoot Contessa
A Condessa Descalça





Vendo a jovem babysitter, ou moderna mamã, com o bebé no carrinho, no Passeio Marítimo de Oeiras, lembrei-me de um postal de meados do século XX, no qual aparece uma jovem portuguesa, bem natural, a caminhar descalça, e Sofia Loren, toda produzida, a fazer publicidade a uma marca de sabonete.

A foto desse postal foi publicada no livro “Portugal”, da editora Petite Planéte” com o título La Comtesse Aux Pieds Nus, para ilustrar um artigo sobre Lisboa. O autor retomava o título do filme realizado por J. Mankiewics em 1954, The Barefoot Contessa, no qual Ava Gardner interpretava o papel de Maria Vargas, jovem pobre casada com um conde.




Embora ache bastante sensual uma mulher com sapatos de salto alto, admito que a jovem da foto não perde sensualidade por andar descalça num espaço público, pois por onde passou, atraiu a atenção de ambos os sexos. E não há um provérbio que diz “O que é bonito é para se ver?” Ora, aí está!

Há uma diferença abissal, no tempo e no espaço, entre as duas jovens descalças. A varina lisboeta não se calçava por falta de rendimento para comprar chinelas; a loura urbana anda descalça no Paredão, pelo prazer que lhe deve dar libertar-se de convenções sociais.

Em meados do século XX, nas ruas de Lisboa eram tantos os pés descalços que Salazar impôs uma lei a multar quem não andasse calçado. Em democracia, em 2008, seria impensável o Estado multar um cidadão por andar descalço!

Antigamente, andar descalço era sinónimo de pobreza; na sociedade de consumo, andar na rua com aparência negligée, é chique para as elites liberais da Linha do Estoril e, para as massas, um sinal de desafogo económico e fruição de uma liberdade individual.





quarta-feira, 2 de julho de 2008

Mexa-se 2008


Isaltino de Morais no seu estilo de autarca

O equilibrista
















































Actividade paralela ao «Mexa-se»





























sexta-feira, 30 de maio de 2008

Boa viagem, princesa!

Pois é princesa, o Paredão d’ Oeyras festeja um ano e tu, mais uma Primavera.


Ontem como hoje, estou feliz, igual ao Rei Midas, cioso da sua Áurea princesa. No último ano levantaste voo e, como ave migratória, tens voltado ao ninho. Sei que és feliz quando estás longe; por isso, fico tranquilo e desejo-te muitos e longos voos.

Tu és uma doida! Sempre é verdade que vais saltar da ponte de Sidney? És muito corajosa, feita de uma força indomável. A tua alegria e faceta aventureira contagiam-me!

Estás de partida. Dentro de dias voltas a voar pela Terre des Hommes, passarinho voador! Que o Sinal do poder invencível esteja contigo e ilumine a tua senda!
Sabes, tenho uma prenda de anos para ti! A partir de agora não vais poder acusar-me, a brincar, de apego à minha captadora digital de imagem, por me recusar emprestar-ta; ofereço-te uma, similar, para que tu me dês o prazer de voar contigo pelo Planeta Azul, mergulhar nas águas de corais ou caminhar pelas areias do deserto.




A prenda - por enquanto é surpresa - só vai chegar depois de teres partido. Este texto, de que és fonte inspiradora, também só o vais ler na Terra dos Cangurus, ou algures, lá para os lados do Reino de Preste João!
Entretanto, vamos estar os quatro no jantar comemorativo do teu nascimento, num restaurante situado à beira-mar, no Paredão. Na intimidade da família, vais estar alegre, antevendo o prazer de daí a algumas horas estares longe, muito longe, sobrevoando mares e terras remotas.

Princesa, vai mas volta radiante, como o Sol, todas as manhãs!


Eu tive um sonho!







terça-feira, 27 de maio de 2008

E Deus criou vida nas rochas

Deus fez o mar e colocou nele os peixes.
Fez o céu e colocou nele as aves.
Fez a terra e colocou nela o homem, os animais e as plantas.
Fez as rochas à beira do mar, em Oeiras, e enfeitou-as de lapas, corais, mexilhões, burriés, medusas, caranguejos, anémonas e algas.
E Deus viu que era bom.

Quando o mar bate na rocha quem se lixa é o mexilhão!
E quando a vida dá muitas voltas, quem se lixa?

Tu és como a anémona que segue a corrente que passa, tu és a lapa presa à rocha, o sulco na areia durante a maré vazia que indica o caminho de regresso ao mar, tu és a densidade da água dentro da qual eu me reencontro e reconstruo. MST

Lapas e corais









Se ides polas praias atoparedes, pola mañá cedo e a últimas horas do serán, as escolas de gaivotas nos rochedos litorais.
In páxina 28 do Diario de Arousa, o domingo 2 de xuño de 2002










Que procuram eles?






Gaivotas em terra, tempestade no mar?




















Os burriés são pequenos caracóis-do-mar que vivem nas rochas e se alimentam de algas. Apanham-se nas maré baixa. Com imperial, são um bom petisco!






Conchinha na praia de Santo Amaro. Quem já foi criança e se foi à praia, brincou, feliz, apanhando conchinhas do mar.

Musgo do mar, algas em putrefacção

Mar de seixos

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Flores do Paredão







Embora a Primavera seja a estação das flores, ao longo de todo o ano há plantas floridas no Passeio Marítimo, visíveis a todos.




















Junto ao Paredão, os espaços ajardinados - Praia de Santo Amaro, Inatel e Porto de Recreio - estão sempre cobertos de plantas floridas.












Em alguns casos, porém, o que é preciso para as ver, é que os olhos estejam atentos para as descobrir, aninhadas em alguma escarpa ou agarradas ao areal.




































Oh, malmequer mentiroso!

Quem te ensinou a mentir?

Tu dizes que me quer bem

Quem de mim anda a fugir!

Desfolhei o malmequer

No lindo jardim de Santarém!

Malmequer, bem-me-quer,

Muito longe está quem me quer bem!

Amália Rodrigues













Rosmaninho





















Pilriteiro florido







As azedas formam mantos de flores amarelas aind no Inverno