quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Forte de São João das Maias


O Forte das Maias, como também é conhecida a fortificação marítima, está situado entre a Praia de Santo Amaro de Oeiras e a Praia das Fontaínhas, em Paço de Arcos. 

Maias era o nome dado ao lugar onde, no reinado de Dom João IV, se iniciou a construção do forte com a finalidade de  - no contexto da guerra de  Restauração da Independência de Portugal -  reforçar a defesa da capital do reino.



Antes das obras de restauro, no primeiro semestre de 2010, o forte encontrava-se num estado de avançada degradação. Pintado num tom cor de salmão e despojado das baterias enferrujadas, apontadas ao Tejo, surge agora  ao olhar dos visitantes do paredão como uma estrutura histórica de grande beleza, harmoniosamente enquadrada no espaço envolvente.


Recanto nascente da Praia de Santo Amaro e o forte, em 2007, antes do início das obras de prolongamento do passeio marítimo até Paço de Arcos.

A fortificação tinha grande poder de fogo. Situada numa posição estratégica, dominava o canal por onde ainda passa a navegação, obrigatoriamente afastada dos bancos de areia do Bugio, para não encalhar.


O Reduto da Foz de Oeiras, assim se chamava o forte,  construído em alvenaria, tem um traçado abalartuado, com merlões e guaritas cilindricas recobertas por cúpulas.

Foi construído para servir de apoio militar ao forte de São Julião da Barra na defesa da barra do Tejo. Em 1644  foi guarnecido por vinte soldados, dez artilheiros (operadores de boca de fogo),  um condestável (chefe de artilharia) e cinco canhões mas as obras só terminaram em 1653.



Ao longo dos séculos sofreu várias reestruturações, incluindo obras de reparação  de danos causados pelo terramoto de 1755.


Em 1802, após a Guerra das Laranjas, chegou a ter 24 peças de artilharia de diversos calibres: oito na bateria velha, doze na bateria nova, instalada em 1796,  e  quatro no terraço sobre a casa forte.


Durante as invasões francesas integrou a defesa constituída pelas Linhas de Torres.

"Embora em 1868 fossem efectuadas algumas obras de restauração, o forte não voltou a ser  artilhado e, como sucedeu a muitas das fortificações costeiras, por ser desnecessária a defesa costeira, acabou por ficar abandonado".



Em 1942,  as habitações e armazens anexos foram transferidos para o ministério das finanças que, por sua vez, autorizou a Legião Portuguesa a utilizar as instalações como colónia balnear dos filhos de legionários e militares.

Com o 25 de Abril, a Legião é extinta e as instalações são entregues em 1976 à tutela dos Serviços Sociais das Forças Armadas que continua a usá-las como colónia de férias.



Imagem do forte, em 2007, antes das obras de restauro e da construção do passeio marítimo.




Entrada de acesso ao forte, pela Marginal. Em 1940, alguns terrenos pertencentes à fortificação foram cedidos à Junta Autónoma de Estradas para construir a estrada marginal de Lisboa a Cascais.




Entrei na área envolvente mas não passei do portão de acesso ao forte, fechado à chave. Fica para próxima oportunidade a visita ao interior, onde há uma capela com silhar de azulejos de 1754, representando Santa Rosália e São Roque, santos protetores de doenças infeciosas.





Sobre o portão em arco de cantaria, uma lápide, encimada pelas armas reais, informa que  o capitão "Alvaro de Sousa o fez em 1644".  






Forte de São João das Maias, uma referência na paisagem riberinha de Oeiras


Bibliografia
-Fortificações Marítimas do Concelho de Oeiras, Carlos Pereira Callixto. edição CMO, 2002
 
 
 
 
 

1 comentário:

Anónimo disse...

Era bom saudades das colónias através da escola